9 de maio de 2007

À quoi ça sert l'amour?

Ontem, no GNT, Astrid Fontenelle e Marília Gabriela falavam, discreta e rapidamente, é claro, sobre seu gosto pela juventude.

Como a entrevista com Astrid, para mim, a despeito dos esforços de Marília Gabriela, não parecia render muito mais que isso, fui transportado a uma cena que obviamente não presenciei, mas que daria meu exemplar autografado de Gabriela Mistral para tê-la presenciado.

Como eu queria ter estado lá, em um canto do bureau que partilhavam Edith Piaf (1915-1963) e seu secretário-marido Théo Sarapo (Théophanis Lamboukas, 1936-1970), quando ambos trocaram o primeiro beijo. Que chavão imaginativo saboroso! Tremo só de evocá-lo! Amo a história da mosquinha bisbilhoteira. Só não gosto quando ela é esmagada.

Eu imagino a carinha amassada da Edith iluminada pelo vigor cacarejante de Théo, tal qual se pode ver em uma gravação histórica para a TV, que data de 62, quando cantaram juntos a irresistível "À quoi ça sert l'amour", de Michel Emer.

Edith, com seus 47 anos em fiapos, e Théo, 28 testosterônicos anos incompletos, protagonizaram um encontro tão improvável quanto surpreendente.

(A primeira versão da gravação, que não foi ao ar, trazia Edith par terre, agarrada à perna esquerda de Théo enquanto uivava a última estrofe da canção. Essa versão perdeu-se juntamente com a prova de que Jean Cocteau morreu ou começou a morrer no instante em que soube que Edith morrera. O secretário particular de Cocteau, então com 12 anos e meio contados a partir da gestação, jamais confirmaria o fato, atendendo ao pedido de Jean Marais.)

Na falta de apresentar aqui exatamente o vídeo do encontro memorável a que faço alusão - que inclui o lava-pés imaginário -, apresento a letra da canção e, em seu título, um link para uma versão do dueto no YouTube.



A QUOI ÇA SERT L'AMOUR
(Michel Emer, 1962)

A quoi ça sert l'amour ?
On raconte toujours
Des histoires insensées.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ne s'explique pas !
C'est une chose comme ça,
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup.

Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir,
Que l'amour fait pleurer.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ça sert à quoi ?
A nous donner d' la joie
Avec des larmes aux yeux...
C'est triste et merveilleux !

Pourtant on dit souvent
Que l'amour est décevant,
Qu'il y en a un sur deux
Qui n'est jamais heureux...

Même quand on l'a perdu,
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un goùt de miel.
L'amour c'est éternel !

Tout ça, c'est très joli,
Mais quand tout est fini,
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin...

Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant,
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie !

En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien ?

Mais oui ! Regarde-moi !
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !
Mais toi, t'es le dernier,
Mais toi, t'es le premier !
Avant toi, 'y avait rien,
Avec toi je suis bien !
C'est toi que je voulais,
C'est toi qu'il me fallait !
Toi qui j'aimerai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !...

4 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro:

há quanto!? Ganhou um leitor.

ha braços.

Anônimo disse...

Jean, bela história essa da Piaf, bela canção, e o clip chocante! abraço
ademir demarchi

Anônimo disse...

Fala, Mestre!
Um abraço,
Edison, aquele que ainda frila para www.cronopolitano.blogspot.com

Cortezzi disse...

Legal o texto, vc é francês??? hehe

aguardo sua visita.

http://cortezzi.blogspot.com/

Abraços