4 de fevereiro de 2009

O número das almas

“[...] o mundo romano, mais do que o grego, vivia recorrendo a intérpretes sempre que os assuntos da administração assim exigiam. Sabemos que César mantinha com frequência tais intérpretes na Gália, e que por vezes os afastava quando tratava de assuntos muito secretos. Nada de toda essa experiência passou à ciência latina, apesar do que disse, de forma assombrosamente moderna, Ênio [240-170 a.C], em uma frase que encantou [Benjamin Lee] Whorf [1897-1941]. Ênio, poeta venerado pelos romanos, que ensinava grego e latim, que sabia o idioma osco, ao falar sobre tradução afirmava que, como sabia três línguas, “tinha três almas” (tria corda habere).

Em Historia de la lingüística desde los orígenes al siglo XX, de Georges Mounin (Gredos, Madrid, 1968, p. 103).

Nenhum comentário: