23 de abril de 2008

Fronteira

Mais um pouco, mais um pouquinho de nada, este Michaux seria um Kaváfis. Segue uma tradução bem folgada do poema:


MINHA VIDA

Você vai embora, minha vida, sem mim.
Segue adiante.
E eu ainda hesito em dar um passo.
Você leva para longe a batalha.
Deserta-me assim.
Nunca a segui.
Suas ofertas não são claras.
Tão pouco quero e você nunca traz.
Por conta dessa falta, almejo tanto.
Tantas coisas, quase o infinito...
Por conta desse pouco que falta, que você nunca traz.



MA VIE

Tu t'en vas sans moi, ma vie.
Tu roules.
Et moi j'attends encore de faire un pas.
Tu portes ailleurs la bataille.
Tu me désertes ainsi.
Je ne t'ai jamais suivie.
Je ne vois pas clair dans tes offres.
Le petit peu que je veux, jamais tu ne l'apportes.
A cause de ce manque, j'aspire à tant.
A tant de choses, à presque l'infini...
A cause de ce peu qui manque, que jamais tu n'apportes.


Henri Michaux (1899-1984), poema extraído de La nuit remue (1935)

Tradução de Jean Cristtus Portela

Um comentário:

Anônimo disse...

oi, jean!
legal q tem coisa nova no blog.
como vão as coisas?
abbracci