21 de outubro de 2008

Ensaios para montar [1]

Da novíssima série "Ensaios para montar"...


Ensaio sobre o homem livre e a novidade


I

Um homem livre é um ovo que pode vingar
um homem livre. E ele é sempre novo.

Homem livre, cornucópia da razão, radar
rizoma, mera vítima da fatalidade da escolha,

refém das ciências do amor, da amizade, do aprendizado e
da cortesia, do humor e da lascividade não totalmente obscenos;

Primor de autocomiseração e auto-indulgência, pendores difíceis,
por fim, de evitar, como um foco de dolo ou um polvo de resolvo.


II

O homem livre, em seu êxodo existencial, deduz
das dúvidas, das dívidas, dos divididos, dos dias:

E ser for chato, e se for desinteressante,
se for comum, vão e ruidoso (sobretudo ruidoso)?

– “Toda a insegurança do homem livre de hoje, ou quase,
está aí amontoada na estrofe anterior”, diz P. C. Naje.

Se assim for, então será caso de fazer tudo de novo,
Usar do furor poético, do contínuo semiossurto

para aparar e guardar as rebarbas das coisas. Sempre
juntando de tudo para fazer de novo, o homem livre!



J. C. P.
outubro de 2008

4 comentários:

Anônimo disse...

jean, tudo certinho?
pô, até que enfim tem coisa nova por aqui :^)
mande novidades.
abbracci

Anônimo disse...

Um dia percebi que minha vida se esvaziava; que tudo aquilo que parecia mais era menos; que eu eu precisava caminhar numa outra direção... desconhecida.
Hoje me sinto tão cheio de inspiração, tão mais cheio de outros eus; muito mais confuso e complexo e interessante, mas tão censurado por mim mesmo... tão mais consciente da minha escassez de ouvintes e das minha limitações de expressão, da minha falta de talento... acho que cresci, embora por fora me sinta cada dia menor, cada vez menor.

Vim vistar então aquele mestre a quem tanto respeito e, percebo nas tuas palavras, talvez direcionada pelo véu do meu egocentrismo permanente (?), a expressão sem inspiração... sinto falta do TAL A FUGA I. Ps. Pode me odiar o quanto quiser; eu te amo.

J.

Anônimo disse...

CORREÇÃO: Vim vistar então aquele mestre a quem tanto respeito e __ percebo nas tuas palavras, talvez DIRECIONADO(O) pelo véu do meu egocentrismo permanente (?), a expressão sem inspiração... sinto falta do TAL A FUGA I. Ps. Pode me odiar o quanto quiser; eu te amo.

J.

Anônimo disse...

seu blog, apesar de bissexto, continua ótimo.