28 de fevereiro de 2007

Do pudor

Impossível comentar com propriedade um fragmento de Torctis. Nem o próprio A. Pattje-Russerl arriscou um tal feito, prova disso é a tradução inglesa que ele fez do clássico eterno que é “Ensinamentos morais”, cuja introdução conta-nos o essencial sobre a biografia desse grande legislador e moralista, mas não arrisca um comentário sequer sobre o texto em si. Abaixo, minha tradução, via Pattje-Russerl, de um fragmento da obra:


LXXVIII – Do bom uso do pudor

“É na ausência de pudor, mais do que na ausência de caráter, que a decadência encontra a sua [
ilegível] forma mais violenta.”

“... ser despudorado, desprezível ser de indecência despropositada [...], cujo sorriso arregementador, pretensamente cúmplice, tocado de malícia lúbrica, mas estéril – é aquele que oferece suas vísceras ao suposto gozo da canalha. Há um duplo engano nesse ato, o que faz desse entreato de horrores e indelicadeza [...], um suplício intolerável.”

“Diante [da ação] funesta do homem verdadeiramente despudorado, a gente toda que o circunda almeja a morte imediata por [
ilegível]. [Nessa] ocasião, todo o gozo e zombaria é de constrangimento desesperado e toda a canalha torna-se subitamente pura, nobre e leiga, redimida por essa anedota negra... [...].”


“Do bom uso do pudor”, in “Ensinamentos morais” de PETRVS IALANET TORCTIS, séc. IV, tradução em língua inglesa do original latino por Antoïc Pattje-Russerl (London, F&B, 1945)

Um comentário:

Anônimo disse...

oi, jean, como tá?
seja feliz na nova casa.
vamos conversando.
abrações